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sábado, 13 de abril de 2019

Resenha: Os Filhos de Lobato, de J. Roberto Whitaker Penteado, Editora Globo

Olá, Galera Literária!!!
Perdi o fôlego com minha última leitura. A obra intitulada "Os filhos de Lobato" é fruto da tese de doutorado do autor J. Roberto Whitaker Penteado. Fiquei extremamente apaixonado pelo livro por causa das valiosas informações que obtive. Para quem é fã de Monteiro Lobato, o opúsculo é uma das joias mais preciosas que alguém pode ter.
Em seu livro, o autor demonstra como Monteiro Lobato influenciou as gerações que tiveram sua infância no período de 1930 a 1950. Houve quem o criticou dizendo que Lobato teve uma influência que perdurou além desse tempo, mas a proposta do autor foi fazer um corte temporal nessa faixa, porque tal época não tinha a TV como forte concorrente e nem as redes sociais.
Para tal demonstração, o autor dividiu sua obra em 6 partes. Explicarei cada uma delas:

— I. Um Homem da Velha República: Aqui, o autor nos fala da vida de Monteiro Lobato. Vemos a formação de sua personalidade e sua atuação. Descobrimos um homem preocupado com as condições sociais de seu tempo. Lobato acredita que pode mudar o mundo por meio da Literatura Infantil;
— II. O Nascimento da Ideologia: Esse foi o capítulo mais apaixonante do livro. Creio que o conhecimento aqui apresentado não serve de referência apenas para o tema Monteiro Lobato. Nessa parte do livro, o autor nos fornece preciosas informações sobre o desenvolvimento da criança e de como a Literatura Infantil influencia sua formação. O mundo interior da criança é caracterizado como um espaço vazio. Ele é assim considerado não porque ela não tenha uma vivência desse mundo, mas porque ela não sabe ordenar suas vivências. A Literatura Infantil é a ferramenta exterior que auxilia nesse processo de ordenação, visto que ela carece de elementos interiores para fazê-lo;
— III. A Saga do Picapau Amarelo: Aqui, nós temos a História da Literatura Infantil Pré-Lobato até a publicação dos livros do Sitio do Picapau Amarelo. Obtemos um panorama geral sobre as características dos livros de Monteiro Lobato;
— IV. "Nos precisamos endireitar o Mundo, Pedrinho...": Nessa parte, o autor elencou os principais valores encontrados na obra de Monteiro Lobato e que servem de instrumentos de mudança da realidade brasileira;
— V. Os Filhos de Lobato: Eis um capítulo bem interessante, onde encontramos depoimentos de pessoas que trazem em sua personalidade, os valores descritos na obra de Monteiro Lobato. É incrível perceber que através do Sítio do Picapau Amarelo, muitas pessoas tiveram sua personalidade moldada;
— Final: Nosso Flautista Mágico: O autor apresenta suas principais conclusões a respeito de seu trabalho. Prefiro não falar delas, mas continuar a resenha, expondo minhas conclusões sobre o livro.

Sem sombras de dúvida, Monteiro Lobato tinha a intenção de moldar o comportamento dos futuros adultos de seu tempo. Acreditava que por meio da Literatura Infantil poderia incutir os valores em que acreditava.
Parece-me em que alguns momentos, teve comportamentos machistas e preconceituosos, mas isso não é uma grande marca de sua vida. No geral, predominou um homem que defendia a mulher, ensinava o respeito e que tinha pensamentos avançados para sua época. Basta observar que no Sítio do Picapau Amarelo, a mulher era a chefe de família. D. Benta administrava o sítio com competência e sabedoria. Emília casou-se e divorciou-se. Tal fato, foi uma espécie de escândalo. A Igreja não gostou nada disso.
Aliás, a Igreja fez severas críticas a Monteiro Lobato, visto que ele defendia a ideia da evolução, em vez de falar de Adão e Eva. Houve uma critica muito preconceituosa pelo fato de que a única pessoa realmente católica ser uma negra. Tremendo absurdo esse, não?
Bem, existem outras conclusões a respeito do livro, mas me reservo o direito de não comentá-las aqui. Caso queira adquirir a obra, clique aqui.
Abraços! Até breve!

2 comentários:

  1. Que livro interessante!
    Bem informativo e bom para aprendermos mais sobre a literatura brasileira na época de Lobato!
    Gente, não sabia desse rolo religioso, que babado!
    Anotado aqui!

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  2. Fico feliz pelo seu comentário. Vejo que gostou da resenha. Se for ler a obra, conte-me. Quero saber sua opinião. Aliás, já visitei seu blog e pretendo retornar. Dessa forma, fico sabendo o que você pensa sobre os livros. Abraços!!!

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