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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Turma da Mônica e a Geração do Mimimi

Olá, Galera!
Recentemente ao ver uma boneca da Mônica, tive saudades das revistas em quadrinhos de sua turminha. Dirigi-me a uma banca de jornal e comprei um exemplar. Com alegria, devorei todas as histórias. Recordei de minha infância. Fiquei feliz ao rever meus antigos amiguinhos. Depois da leitura concluída, fiquei pensando que, talvez, se a turminha fosse lançada hoje, Maurício de Sousa teria grandes problemas com a Geração do Mimimi.
Não sei a data correta em que o Maurício lançou os personagens da turminha, mas creio que foi uma época muito boa. As reflexões advindas da leitura dos quadrinhos trouxe-me à tona uma citação do livro "Meninos de Kichute":

"A Metro Goldwing Mayer apresenta: Tom e Jerry!
Por alguns minutos, o cinema parava, assistindo ao rato detonar com o gato. O pobre Tom não dava uma dentro, era queimado, explodido, furado, fuzilado, atropelado. Enfim, era submetido a todo tipo de indelicadeza pelo gentil Jerry. Tom & Jerry eram nossos conhecidos, mas vê-los ali na telona era como uma visita a sua própria casa. Mas este não era o único que apresentava sessões divertidas de tortura. O Pica-Pau, Pernalonga, Patolino, Esquadrilha Muttley também mostravam os personagens se ferrando. Alguns até morriam. Viam-se suas alminhas, empurrando uma harpa, subindo aos céus. Mas naquele tempo, conseguíamos entender que aquilo era só um desenho animado. E que não se pode atirar um piano sobre a cabeça do irmão, porque poderia machucá-lo. Naquele tempo não precisamos de que nossa professora ou outro adulto qualquer, nos explicasse, detalhadamente, que somente o Pica-Pau pode dar marretadas na cabeça de seus desafetos e que se fizéssemos isto, poderíamos ferir gravemente uma pessoa ou até mesmo fazer com que esta perdesse parte preciosa de seu cérebro. Mesmo assistindo a “Os apuros de Penélope” e vendo a “Quadrilha de Morte” metralhar, sem dó, um teatro inteiro, ninguém naquele cinema planejava chegar à escola no dia seguinte e metralhar os alunos, a diretora ou uma professora de matemática. Naquele tempo, as pessoas tinham tanta certeza de nossa capacidade de compreensão, que ninguém pensava em mudar o conteúdo destes desenhos. — com Jeff Hyp Alexandria, Ephraim Vaco West, Fred T Jay Junior e Fred T Humble."

Maurício teve a sorte de lançar seus personagens em um tempo onde a capacidade de entender as coisas eram bem maiores. E hoje, mesmo existindo a Geração do Mimimi, ninguém ousa questionar os valores e situações apresentadas com a Turma da Mônica.
Os personagens dessa turminha apresentam tantas coisas que consideramos erradas, mas ninguém se queixa. Ainda bem, não é? Pelo menos ninguém parece subestimar a nossa inteligência ou sente medo de ir contra a figura importante do Maurício de Sousa.
Menciono que tem coisa errada com a Turma da Mônica, porém não descrevi nenhum erro ainda. É melhor apontá-los para que vocês vejam. Começaremos com o personagem do Cascão.
O menino Cascão morre de medo de água. Nunca toma banho. Não pega nem chuva. Onde estão os pais desse menino que deixam uma criança ficar sem tomar banho? Como uma criatura consegue ficar tanto tempo sem nenhuma condição de higiene e não pegar nenhuma doença? Será que tanta sujeira gerou uma imunidade maior ao jovem? E a escola? Os professores nunca chamaram a atenção dos pais do Cascão? Como outras crianças conseguiam conviver com o cheiro da figura? Engraçado é que Cascão não aparece com piolhos. Enfim, essa criança é um péssimo exemplo para outras crianças e já demonstra um total desmazelo de seus pais.
Vamos prosseguir falando sobre Magali, a menina gulosa. A melhor amiga da Mônica tem um apetite fenomenal. Come tudo o que vê pela frente sem dó e piedade. Ingere salgados e doces exageradamente. Ela pode até possuir uma genética boa que a impeça de engordar, mas isso não faz com que ela seja um bom exemplo para as crianças de hoje. Se algumas crianças verem esse apetite e resolvem imitá-la, o que será desse mundo? Falamos tanto da obesidade infantil e Magali é o exemplo de criança que pode incentivar o problema. Mais uma vez temos a pergunta: Onde estão os pais dessas crianças? O pai e a mãe de Magali não ensinam bons hábitos alimentares para esse menina? Além disso, temos alguém que quase rouba os alimentos dos coleguinhas. Magali nunca disse um "Não quero, muito obrigada", quando a questão é comida. Um pouquinho de educação não faz mal a ninguém.
Depois temos Cebolinha que apresenta problemas na fala. Seus pais nunca procuraram uma fonoaudióloga para resolver o problema do seu filho. Que desleixo deles, não? Cebolinha passou a infância inteira trocando o "R" pelo "L". Será que em sua escola não havia uma professora que detectasse o problema e chamasse a atenção de seus pais?
Outro problema do Cebolinha é a prática do Bullying contra a Mônica. Esse menino levado vivia xingando a menina de baixinha gordinha e dentuça. Nunca houve uma conversa entre os pais das duas crianças em uma tentativa de acabar com essas brigas. Cebolinha apanhava de Mônica, ficava machucado. Será que seus pais nunca viram o olho roxo do menino? E nunca procuraram saber as causas? Lembro-me que já fui criança. Faz tempo! Mas minha mãe se me via machucado, procurava saber a causa. Se eu tivesse apanhado de alguém, ela conversava com os pais das outras crianças. Cebolinha nunca teve um pai e uma mãe que o corrigisse. Além disso, podemos lembrar que ele sempre tinha a companhia do Cascão que apanhava muito também. Pelo visto, os pais de Cascão eram ainda piores. Talvez a sujeira do menino tampasse seus machucados. Aliás quem não via um filho sujo, não iria ligar para machucados, não é mesmo?
Por fim, temos a personagem Mônica que sofria o Bullying constante dos meninos da rua sendo liderados pelo Cebolinha. A menina revidava com coelhadas e socos, entretanto ninguém a corrigia. Mesmo sofrendo os xingamentos, ela não deveria agir com tamanha violência e machucar todos os meninos. 
Olhando para a Mônica, deparo-me com seus pés descalços e lembro que Cebolinha é uma das exceções dentro do universo da turminha. A maioria dos personagens da revista são crianças que andam descalças. Olhando o cenário, vemos que esses meninos e meninas pisam os seus pés em tudo o que é canto. Os seus pés deveriam ficar sempre sujos, além de correrem o risco de se machucarem com cacos de vidro, pregos, etc. E diante da situação, voltamos à pergunta: Onde estão os pais dessas crianças?
Algumas pessoas podem alegar que, talvez, elas fossem pobres. Porém, vamos nos dirigir nossa atenção para a Mônica. Seus pais nunca pareceram pobres ao ponto de não terem dinheiro de comprarem calçados para sua filha. Imagino que os outros personagens descalços também não sejam tão pobres que não pudessem ao menos ter um chinelo. Os pais das crianças do Bairro Limoeiro parecem ser bem desatentos com suas crianças deixando-as viverem de forma muito livro. Os professores também agem da mesma forma e nunca chamaram a atenção de ninguém.
E para completar essa tristes situações, podemos observar que as roupas das meninas tendem a ser curtinhas e fazem com que as calcinhas delas apareçam. Muitas vezes, vemos a calcinha da Mônica e da Magali.
O interessante é que mesmo com tantas irregularidades com a turminha, os personagens da Turma da Mônica sobrevivem. A maior parte das crianças de minha época não se deixaram influenciar. É verdade que a gente cometia algumas traquinagens, mas nossos pais nos ensinavam e não nos proibiam de ler as revistas de Maurício de Sousa com medo de que nós agíssemos da mesma maneira.
E a Geração do Mimimi que reclama de tudo parece fechar os olhos para essas falhas da Turma da Mônica. Será que é mesmo por causa do status do nosso querido Maurício? Não sei. Mas eu prefiro que elas não encrenquem com Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Eu amo os personagens e sei que as situações engraçadas (irregulares) de suas histórias podem ser encaradas apenas como humor. Eu não penso e nem acredito que as crianças de hoje irão sair dando coelhadas, xingando as outras, comendo sem parar e muito menos ficarem sem tomar banho. Mas se alguma delas cometer tais atos, creio que irá surgir alguém para corrigir, mesmo que seus pais não as olhem.
E vocês? O que acharam dessa reflexão? Deixem a opinião de vocês nos comentários.
Abraços!!!

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